“Os impactos do aquecimento global no Brasil são o resultado direto da elevação das temperaturas médias do planeta Terra e das mudanças climáticas. O país é considerado um dos maiores poluidores do mundo, com a emissão de gases do efeito estufa proveniente de diversas práticas, como o desmatamento, as queimadas e a atividade agropecuária. Como consequência, observa-se a alteração do padrão meteorológico com eventos extremos e fora de época, de chuvas muito volumosas a secas prolongadas que vitimam a população de todas as regiões do país.
Detentor da maior biodiversidade do mundo, o Brasil é um dos protagonistas internacionais quando se trata da pauta climática e ambiental. O país se tornou um importante porta-voz das nações emergentes e subdesenvolvidas e tem adotado metas ambiciosas para tentar conter a intensificação do aquecimento global, como a redução das emissões de gases do efeito estufa e o fim do desmatamento até 2030.”
Tópicos deste artigo
1 – Resumo sobre os impactos do aquecimento global no Brasil
2 – Quais são os impactos do aquecimento global no Brasil?
3 – Principais causas do aquecimento global no Brasil
4 – Posição do Brasil em relação ao aquecimento global
5 – Qual o papel do Brasil no combate ao aquecimento global?
6 – Medidas para reduzir os impactos do aquecimento global no Brasil
Resumo sobre os impactos do aquecimento global no Brasil
Os impactos do aquecimento global no Brasil são o resultado direto da elevação das temperaturas médias do planeta Terra e das mudanças climáticas.
Os principais impactos do aquecimento global no Brasil são:
ondas de calor prolongadas em quase todo o país;
chuvas volumosas em um curto espaço de tempo;
secas duradouras e consequente escassez de água;
frio exacerbado fora de época e registros de geadas em áreas onde o fenômeno é incomum.
Tais impactos geram diversos problemas, como enchentes, inundações, desabastecimento de água e problemas de saúde para a população.
As causas do aquecimento global no Brasil são o desmatamento, as queimadas, a atividade agropecuária e as emissões de poluentes no meio urbano.
A posição do Brasil sobre o aquecimento global se alterou com o tempo, e hoje o país tem papel central nas discussões internacionais sobre a questão ambiental e climática.
Signatário dos principais acordos climáticos, o Brasil adotou importantes medidas para diminuir os impactos do aquecimento global.
As principais medidas adotadas pelo Brasil visam à diminuição da emissão de gases do efeito estufa em 53% e ao desmatamento zero até 2030.
“Quais são os impactos do aquecimento global no Brasil?”
A seca que atingiu os rios da região Norte em 2023 é consequência do aquecimento global. [2]
Os impactos do aquecimento global no Brasil são o resultado direto da elevação das temperaturas médias do planeta Terra e das mudanças climáticas. As alterações são notadas principalmente nos fenômenos meteorológicos e atmosféricos, que indicam que as mudanças no padrão do clima global já começaram a afetar o território brasileiro de diversas maneiras. Algumas das principais consequências do aquecimento global identificadas no Brasil são s seguintes:
Chuvas muito volumosas e intensas em um curto espaço de tempo, resultando em cheias sem precedentes de rios e de lagos. Como resultado, acontecem inundações e enchentes que deixam milhares de pessoas desabrigadas. As mais recentes foram registradas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Amazonas e na Bahia.
Ondas de calor que abrangem quase todo o território nacional e que possuem longa duração. Nos últimos anos, as ondas de calor registraram temperaturas entre 37ºC e 39ºC, com sensação térmica que superou os 50º C em algumas cidades.
Secas duradouras e fora de época, como aconteceu na região Norte do país em 2023. Caso não haja contenção das mudanças climáticas, estima-se que o Brasil poderá perder 40% de suas águas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste até o ano de 2040.
Frio intenso e prolongado e geada em áreas como o Centro-Oeste e Sudeste, em que o fenômeno não é comum, provocadas por ciclones extratropicais e por vórtices polares, como aconteceu no mês de julho de 2021.
Os fenômenos mencionados acima afetam a produção de alimentos e, consequentemente, o seu preço de venda. Afetam, ainda, a geração de energia elétrica no país, que tem uma matriz elétrica muito dependente das hidrelétricas. Assim, as tarifas da conta de energia tendem a ficar mais caras em períodos de escassez de água.
Principais causas do aquecimento global no Brasil
O aquecimento global é um problema ambiental que afeta todos os países e territórios do nosso planeta, e sua causa é comum a eles: as atividades antrópicas e a intervenção dos seres humanos no meio natural, o que provoca a maior emissão de gases poluentes na atmosfera, os quais intensificam o efeito estufa. No Brasil não é diferente, haja vista que o país contribui negativamente para a poluição atmosférica por meio de suas atividades econômicas e urbanas.
O desmatamento é, atualmente, uma das principais causas do aquecimento global no Brasil. A remoção da cobertura vegetal provoca a liberação de carbono na atmosfera, sendo esse um elemento que contribui para a intensificação do efeito estufa. A prática do desmatamento no território brasileiro é realizada principalmente para a abertura de novas áreas que serão destinadas ao plantio de cultivos agrícolas, em especial as commodities (soja, milho, algodão), e também à pecuária.
Junto do desmatamento, outro problema que contribui para o aquecimento global no Brasil são as queimadas. Colocar fogo na vegetação remanescente é uma das técnicas empregadas para a limpeza de terrenos que serão utilizados para novas finalidades. A prática não é somente prejudicial para o solo, mas também lança poluentes na atmosfera através da fumaça, como o dióxido de carbono (CO2), o que agrava o efeito estufa.
O desmatamento e as queimadas são problemas ambientais do Brasil que contribuem para o aquecimento global.
Nota-se que as queimadas e o desmatamento, hoje em dia, são os dois maiores problemas ambientais identificados nos biomas brasileiros, em particular na Amazônia e no Cerrado. Em ambos, a vegetação natural tem sido removida para dar lugar a monocultivos de soja e de pastagem, além de áreas de mineração.
A criação de animais contribui enormemente para o aquecimento global, tendo em vista que o gado libera gás metano (CH4) na atmosfera. Segundo dados mais recentes do IBGE, somente o rebanho bovino brasileiro é composto por 234,4 milhões de animais, com a maioria deles estando situada justamente nas áreas de maior produção agropecuária do Centro-Oeste e do Norte do país.
As atividades que são desenvolvidas nos centros urbanos, como a indústria, e a queima de combustível fóssil pelos motores à combustão dos automóveis são também causas do aquecimento global identificadas no Brasil. Esse problema, que está aliado à poluição do ar, é ainda maior nos grandes centros urbanos, mas acontecem em todas as cidades do país.
Posição do Brasil em relação ao aquecimento global
A posição do Brasil em relação ao aquecimento global e às mudanças climáticas se alterou com o passar do tempo, à medida que as discussões acerca desse tema evoluíram e, também, de acordo com o contexto político e econômico em que o país esteve inserido. O Brasil participou da primeira conferência internacional dedicada ao debate sobre o meio ambiente, a Conferência de Estocolmo em 1972. À época, encarava problemas como a poluição apenas como resultado do desenvolvimento econômico nacional. Portanto, a pauta ambiental era uma preocupação secundária.
Com o maior espaço ganho pelo Brasil no cenário internacional a partir da década de 1990, juntamente do aprofundamento da problemática, o país reconheceu o peso dos problemas ambientais e o seu impacto a longo prazo. Por um período de tempo, no entanto, questionamentos foram levantados acerca da diferença entre o tratamento imposto aos países desenvolvidos e aos países emergentes com relação às metas ambientais. Ainda que houvesse o reconhecimento dos problemas ambientais e dos seus impactos, o Brasil defendia a adoção de soluções que não fossem prejudiciais ao desenvolvimento interno das nações emergentes.
Essa posição foi mantida mesmo durante a ECO-92, sediada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). De lá para cá, a preocupação do país com as mudanças climáticas e com o aquecimento global se tornou concreta. Por conta disso, o Brasil se tornou signatário dos principais acordos climáticos que vieram a seguir, como o Protocolo de Kyoto (1997) e o Acordo de Paris (2015), além de ser ativo nas Conferências das Partes (COP).
Cabe pontuar que a alternância de governos pode ocasionar a flexibilização da política ambiental brasileira, como vimos em diferentes momentos da história recente do Brasil. Esse é um fator que contribui para o avanço dos impactos do aquecimento global no país, especialmente em casos como a ampliação do desmatamento e das queimadas. Entretanto, ressalta-se que o Brasil se mantém como um importante ator internacional de combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas.
Qual o papel do Brasil no combate ao aquecimento global?
O Brasil será sede da Conferência das Partes (COP) em 2025 para discutir acerca do aquecimento global. [3]
O Brasil é um dos países que mais contribui negativamente para o aquecimento global e aparece entre os maiores emissores de gases do efeito estufa em todo o mundo, ao lado de países como China e Estados Unidos. Por outro lado, o país detém a maior biodiversidade do planeta, com ecossistemas diversos e espécies de vegetais e animais encontradas somente no território brasileiro. Portanto, além da vulnerabilidade socioambiental de sua população, o aquecimento global se torna uma ameaça direta para o meio natural e para os recursos do país. Em função disso, o Brasil tem se colocado no centro da discussão sobre o aquecimento global e sobre as soluções possíveis para conter o seu avanço.
Os movimentos feitos pelos líderes e pelos representantes brasileiros nas inúmeras reuniões sobre o clima colocaram o país no papel de porta-voz das nações emergentes e subdesenvolvidas do globo. Com isso, o Brasil media as negociações com os países desenvolvidos e com os organismos multilaterais e estabelece compromissos e alianças com instituições internacionais e com fundos de investimento de modo a garantir a preservação ambiental no território nacional e a assegurar o cumprimento das metas ambientais sem prejudicar as nações menos favorecidas.
Medidas para reduzir os impactos do aquecimento global no Brasil
O Brasil é um dos protagonistas da pauta climática tanto pela importância da sua biodiversidade para a manutenção do equilíbrio ambiental do planeta quanto pelo seu papel de porta-voz das nações emergentes e subdesenvolvidas. Signatário dos principais acordos climáticos estabelecidos nos últimos trinta anos, o país adotou algumas medidas para reduzir os impactos do aquecimento global no território nacional e, a longo prazo, em escala global.
As medidas adotadas pelo Brasil para diminuir os impactos desse problema ambiental focam nas suas maiores causas de aquecimento global: o desmatamento e a emissão de gases do efeito estufa. Salienta-se que essas não são as duas únicas metas impostas, mas são as mais importantes para se obter resultados positivos a médio e longo prazo.
Desmatamento: mantendo um ritmo de queda no desmatamento no último ano, o Brasil tem como meta continuar a reduzir essa prática até zerar a remoção da cobertura vegetal no ano de 2030. Isso significa que o país tem cerca de meia década para atingir esse objetivo. Pensando em um prazo mais recente, para que o Acordo de Paris seja cumprido, o país deve reduzir o desmatamento na Amazônia em 48% até 2025.
Emissão de gases poluentes: a redução da emissão de gases do efeito estufa é a segunda meta mais importante do Brasil para reduzir os impactos do aquecimento global. O objetivo brasileiro é diminuir em 48% as emissões de poluentes até o ano de 2025 e, até 2030, estender esse montante para 53%”
Veja mais sobre em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/os-efeitos-aquecimento-global-no-brasil.htm