Como surgiu o Rock in Rio
O Rock in Rio teve sua primeira edição em 1985, e, ainda que tenha sido muito diferente do que pode ser visto hoje, com diferentes estilos e atrações (incluindo um parque de diversões), ele já surgiu com uma proposta ousada: ser o maior festival de música em todo o mundo.
Entretanto, a ideia de seu criador, Roberto Medina, era tida como improvável. O Brasil vivia uma fase econômica de grande instabilidade e estava ainda se livrando de uma ditadura militar.
Porém Roberto Medina tinha um ponto a seu favor: ele foi responsável pelo show de Frank Sinatra no Maracanã, um evento que se tornou recordista mundial para o período, reunindo 170 mil pessoas. O maior número para uma plateia pagante até então. E foi exatamente Frank Sinatra que entrou em jogo para tentar convencer outros artistas a aceitarem o convite.
Lee Solters, empresário de Sinatra, fez uma coletiva de imprensa em Los Angeles para apresentar a ideia do festival. No dia seguinte, muitas bandas já estavam em contato com Medina tentando acertar sua presença no evento.
Em seguida, Medina conseguiu assinar com o Queen, que há alguns anos havia sido impedido de tocar no Maracanã, por conta do preconceito e de valores morais ultrapassados, que consideravam a banda muito imoral para se apresentar no grande estádio.
A primeira edição contou ainda com outros grandes nomes internacionais, como AC/DC, Iron Maiden, Yes, James Taylor, Rod Stewart, e um time de artistas nacionais de peso, com Ney Matogrosso, Ivan Lins, Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, entre outros.
Entretanto, não são apenas os números que convencem da importância histórica e cultural do Rock in Rio. O primeiro artista a se apresentar no evento foi Ney Matogrosso, cantando a música “América do Sul”, simbolizando a própria trajetória do evento e do momento que o Brasil vivia.
Desde então, o festival teve mais de 20 edições, tornando-se uma franquia importada a outras cidades, como Lisboa e Madrid, além de uma edição em Buenos Aires, que acabou sendo cancelada.